Talvez Bárbara Paz seja à frente de seu tempo, e por isso não seja compreendida. Depois de vê-la na Casa dos Artistas e desconsiderando inicialmente seu ensaio nu, meu segundo contato com a atriz foi numa entrevista à TPM em setembro de 2009, logo quando ela se mudou para a casa de Hector Babenco e estava prestes a fazer a sua primeira novela na Globo.
Ela é uma figura que vale mesmo ser explorada, porque diferente de outras atrizes, rende por sua história – a problemática relação com a mãe, a perda do pai e anos depois, o acidente de carro e suas cicatrizes –, sua carreira – tem no currículo reality show, novelas, filmes, peças de teatro e um single (em Maria Esperança, no SBT) – e, mais que isso, tem conteúdo e consegue se posicionar bem num bate papo com um entrevistador.
A conversa da atriz com a Criativa foi rasa, considerando a desenvoltura que tem quando os questionamentos são conduzidos de forma que a instigue. Fora que algumas declarações são repetidas, ficam no lugar comum. Falar que ela é masculina já foi pauta na TPM #90, bem como perguntar sobre a vida conjugal com um homem quase 30 anos mais velho. Entrevistas como essas, dão margem à construção de uma Bárbara Paz incompreensível e perdem a oportunidade para analisá-la e, quem sabe, tentar uma aproximação dela com as leitoras da revista.
Quanto ao ensaio, novamente é perceptível a falta de afinidade entre Bárbara Paz e as câmeras. E não é só no pouco controle de suas expressões faciais, parece haver um desconforto de postura, posicionamento do corpo (vide a foto que está quase ajoelhada e a que está em pé, com as mãos na cintura). Márcio Scavone, que fotografou a atriz para a Playboy em setembro de 2007, percebeu isso e fez as suas melhores fotos sem que ela encarasse as lentes, em clima voyeur.
Um dos recentes ensaios mais bonitos da Playboy
Já na Criativa, J.R. Duran desafiou a atriz e conseguiu o feitio de ter uma ou duas fotos, além da imagem de capa, em que Bárbara tenha ficado bem encarando as lentes. Mas o resultado, em si, é positivo: há acertos e erros nas composições dos looks – enquanto gosto muito das combinações de roupas, tecidos e estampas, desgosto dos acessórios (sapato, chapéu, correntes e meia-calça) –, o make up e cabelo estão lindos e aprecio a inspiração no estilo de Richard Avedon, caracterizado principalmente pelo minimalismo dos planos e olhar penetrante dos seus modelos.





O vídeo com os bastidores do ensaio, por Daniel Alfaya, ficou uma graça: