O pernão tá bão, mas esse camisão... Mais uma grande personagem para habitar o imaginário masculino. Dona Norminha, a infiel e fogosa esposa do pobre Abel, interpretada pela competentíssima e charmosa Dira Paes veio para ficar. E ao som de Calcinha Preta, para marcar ainda mais. Da TV para a capa da JP. Como o dasBancas é legal pra caramba, faço questão de mostrar aqui a única foto que gostei, essa onde a atriz parece assoviar. As demais, bem, as demais... Difícil falar mal quando você gosta muito do fotógrafo (Christian Gaul, um craque) e da personalidade fotografada, mas as fotos são... são... difíceis. Não, não é fácil segurar um ensaio que não tem nada a não ser você mesmo. E quando você mesmo não é modelo e parece não ficar à vontade no papel de, a coisa se complica. Dira Paes tem borogodó, mas não sai bem na foto posando de sex symbol. Fica com uma boquinha de fimose tensa. No papel da TV convence, mas no couché não. Sem contar que esse ensaio simplório veio na sequência do superproduzido e caprichado ensaio com Eliana Dedinhos. Covardia.
Gosto bem mais dela na TV Paula Toller, uma das musas absolutas do dasBancas (bem, ao menos de um dos vértices do dasBancas) mostra, prestes a completar 47 anos, um pouco do seu magnetismo em 6 páginas e 4 cliques de Sacha Höchstetter. A ideia do ensaio é interessante, mas não mata minha vontade de Paula Toller. Na verdade não tapa nem o buraco da obturação faltante do meu terceiro molar inferior. Paula Toller é atemporal, não está relacionada a nenhum modismo. Pode ser capa de qualquer revista em qualquer mês do ano. Rolling Stone, RG Vogue, JP e todas as demais revistas de comportamento e cultura pop deixam de marcar um golaço quando negam – ou simplesmente ignoram – uma capa com ela. E, Joyce Pascowitch, faça-me o favor, nem uma chamadinha de capa?!
Mais sorte teve Paulinho Vilhena. Chamadinha de capa, 12 páginas, 7 fotos de Felipe Hellmeister. O ator e (e quem não é hoje em dia?) apresentador é o 2º maior destaque da edição. Encaro seu ensaio como um bom editorial de moda. Muita Osklen nessa vida. O perfil escrito para o ator-apresentador é curto, assim como o de Paula, Dira e os demais textos da revista.
Sem jogo duro nem corpo mole A JP tem outras matérias interessantes. Destaco: a homenagem dos filhos aos seus pais famosos – pena que a revista chegou às bancas depois do dia 09/08 - e belas dicas de consumo com peças inspiradas em Woody Allen.
Tenho um puta desânimo do seu formato acanhado e do seu valor presunçoso, R$ 14,90, mas a revista JP vale sim como uma boa opção para quem anda de saco cheio dos filhinhos de papai desinteressantes que andam abarrotando a RG Vogue.