Aí está a melhor resposta para quem ainda duvidava do que seria a
PLAYBOY de Fernanda
Young. De cara é preciso entender que a
PLAYBOY não é revista de um público só, mas pretende agradar os seus leitores amplamente, em "forma e conteúdo", como deixa claro seu editorial do mês. Diferente de uma revista em
quadrinhos, por exemplo, a
PLAYBOY não segue um enredo que dependendo do rumo que tome desagradará os leitores e
afetará o seu público. Ela sempre
atuou como uma publicação aberta e ousada, e é bom ver que tais
características ainda possuem suspiros na gestão
atual. Assim como nós, fãs da revista, convivemos com escolhas de apelos mais comerciais ou oportunistas, também nos surpreendemos com suas escolhas ou execuções. Este é um caso.
O ensaio é lindo, como era de se esperar. Uma opção controversa como publicar a Fernanda
Young na capa não poderia tomar um rumo menos ousado e bem cuidado. Isso faz parte também do trabalho do
Bob Wolfenson, que sempre é convocado para momentos como este e deve sim ser guardado para enriquecer as edições que possuem potencial maior para o seu perfil. Nem é preciso se aprofundar em elogios à luz de
Bob ou
direção e olhar
voyeur, todos conhecem e respeitam. Também duvido que Fernanda tenha salvado o erotismo das mãos da
breguice, mas certamente produziu, em meio a suas
tatuagens,
piercings, poses e falta de vergonha, um momento único na história da revista.
Faz pouco sentido para quem quer realmente entender a proposta do ensaio vê-lo fora de ordem, em arquivos digitais. Da forma em que foi apresentado, com os textos e a sequência lógica, é possível enxergar a tal "mulher de sexualidade aflorada a espera do parceiro" que fora declarado sobre a proposta do ensaio.
Tem sido difícil ilustrar esse
post sem fazer dele um conteúdo de pirataria, já que os recortes nas fotos do ensaio ficam inúteis perto do resultado final e em nada demonstrariam o que tento dizer sobre o trabalho. Outro motivo já revelado anteriormente é que as fotos não economizam na ousadia e erotismo, um despudor que está sempre presente nas expectativas dos leitores da
PLAYBOY. Enfim saciados.
Falar em referências sempre soa para alguns como cópia. Não me lembro de ter visto em nenhuma declaração, do fotógrafo, da personagem ou da publicação, do que teria inspirado o ensaio. Me falaram sobre uma ligação
direta com um ensaio recente da
Self Service com Raquel Zimmerman e Mário Sorrenti, mas o que eu vi mesmo é uma bem pessoal interpretação de
Sex, da Madonna. Nada mais natural para Fernanda, fã da cantora, focar-se no momento mais explícito da musa
pop. Mesmo que sem total consciência.
Peço desculpas aos leitores se minha visão veio
sobrecarregada de orgulho e sem muito julgamento crítico. Minha
intensão nunca foi fazer uma análise imparcial, mas sim tentar descrever as experiências, agradáveis ou não, que enfrento ao folhear qualquer edição, mês a mês.
PS: Não tenho opinião formada sobre o beijo do ensaio ainda e num primeiro momento achei necessário haver mais fotos externas e com mais claridade como no pôster, mas agora já acho lindo e
proposital.