Mês passado acabou que só comentei o ensaio de capa preguiçoso da
VIP. Cheguei a rascunhar alguma coisa sobre o conteúdo, mas fui deixando pra depois e acabei perdendo o timing. Para não correr risco, comento toda a edição de junho aqui, pois temos novo Diretor de Redação na área e acredito que opiniões sinceras são fundamentais para fazermos da VIP uma revista cada vez melhor.
Ainda não dá pra ver grandes mudanças dessa VIP em relação à última, já assinada pelo Lombardi (o novo Diretor de Redação), ou à penúltima, assinada pelo Celso. E talvez graaandes mudanças nem estejam dentro dos planos, mas notei pontos de criatividade, sacadas interessantes nessa edição, frutos, talvez, de reuniões de pauta regadas à cerveja. Inveja (cinza) deles.
Vi doses de criatividade (e humor) nos bons e velhos drinques do Boa Vida, no teste das motos com paparazzo à paisana e opiniões engraçadas dos curiosos (algumas perguntas deveriam ser respondidas, pois também fiquei curioso), na gordinha sexy, na personal trainer, na escolha da belíssima vice-campeã do concurso Miss Brasil, Rayanne Moraes, para a abertura do Preli e nas duas matérias maiores que comento mais abaixo. Antes disso, voltando à Rayanne, aprovo totalmente um ensaio “com várias páginas” da vice, como sugeriu a VIP. Também aprovo um repeteco da Giselle Itié, que reapareceu nas páginas da revista com o retorno das fotos clássicas. Taí outro bom exemplo: esse lance de fotos clássicas é tão manjado, mas os caras renovaram o ar publicando um depoimento da Itié e do Trabanco sobre o ensaio de 2003. Tanto Giselle quanto Rayanne rendem capas muito mais dignas que a de uma ex-BBB loira aguada chamada Ana. Opinião de leitor das antigas.
Essa leva o título de a mais bonita da edição Nas matérias mais encorpadas, ambas com 6 páginas, temos “A Melhor Orgia do Mundo” e “A Flip dos Sonhos da VIP”. A primeira é mais uma daquelas matérias sobre festinhas animadas. Não é o supra-sumo da originalidade, mas com certeza não será a última a trazer este enredo, pois
no raso, no raso no fundo, no fundo do que a gente gosta mesmo é de uma boa sacanagem. Achei bacana a matéria ser escrita a 4 mãos, por um homem e uma mulher. Só senti falta de ver com mais nitidez o ponto de vista masculino e o feminino, já que a repórter parecia querer agradar o público da revista, focando suas energias na caça de meninas que curtem meninas. Justo, até. E que festinha mais meia-bomba (sem alusões, por favor). Não empolgou, não me deu vontade de participar da próxima.
Essas fotos com toda pinta fake não me convenceram Já “A Flip dos Sonhos da VIP” também nasce de uma idéia simples (extrair trechos espertos de obras literárias), mas que muito bem transada resultou numa deliciosa matéria. Com belas ilustrações, aliás. Acho incrível como nos trechos extraídos de algumas obras as palavras “boceta” e “xoxota” soam tão naturais, tão verdadeiras e na matéria sobre orgia (orgia!) o máximo que vi foi uma acanhada “vulva” aqui e uma “genitália” acolá, mas...
Ótimas dicas de livros Os editoriais de moda da VIP atingiram uma maturidade única. Não são tão coloridos quanto os da Homem Vogue e nem tão conservadores quanto os da Playboy, ambos muito bons também. Mesmo quando os editoriais não são criativos (os dessa edição, por exemplo) eles estão muito acima da média, graças à boa edição, belas fotos e peças altamente desejáveis selecionadas a dedo por Marília Campos Mello e sua equipe.
Marília Campos Mello entende do riscado Ótimo ver novamente a assinatura do Thales de Menezes em mais páginas. A forma como ele escreve pra mim é, disparada, a que mais traduz a VIP. Seus textos têm uma macheza esperta, um humor fora de série e o cara tem um puta bom gosto para música, livros, cinema, HQs e musas vintage. Senti falta de Ricardo Rojo (meu, digamos, vice-Thales), da coluna S.O.S Macho, nas últimas edições.
Thales ensinando pra galera como se faz No ensaio sensual das páginas internas, as gostosas vencedoras do concurso Beach Girls. Acho o gancho fraco, batido e já está na hora da VIP voltar a pegar pesado nos recheios. Esse não vale mais de 3 linhas de comentário.
Lugar de qualquer mulher não é na VIP Por último, mas não menos importante, o ensaio de capa. O 2º seguido do Faustini. Corrigindo, o 2º ensaio ruim seguido do Faustini. Os créditos que ele tinha comigo por ter feito o melhor ensaio da VIP de 2008, de sua inspiradora namorada Fernanda Machado, zeraram. Luli Miller é gata, tem o mérito de ter me deixado com saudade dos ensaios da Ana Paula Arósio (nem entendi muito bem o porquê), mas esse ensaio aqui, vou te contar. A locação é feia, a produção brega e as fotos nada sensuais. A entrevista é chata, mas me transmitiu sinceridade. Claudia de Castro Lima podia evitar frases do tipo “O céu é o limite”, “Luli tem mais, tem estrela” e outras que parecem ter saído da Marie Claire.
Não rendeu Ninguém leu até aqui, mas dane-se. Já que perdi a hora de parar, quero aproveitar e elogiar o Junior Bellé pela página (sobre o bigodinho) mais engraçada da edição passada. É isso, mês que vem outra pessoa comenta a VIP porque estressei o assunto.