Logo na capa, a Playboy Brasil, prometia para a edição de dezembro uma celebração aos 60 anos da publicação por meio da reencarnação de algumas de suas clássicas fotos em seu ensaio principal. Tudo muito bacana, apesar da estrela meia boca.
Aí a revista foi lançada e a promessa cumprida. Com uma produção competente, Thaíz Schmitt e Marlos Bakker reviveram fotos inesquecíveis à sua maneira e entregam um ensaio coeso. E aí tudo bem, certo? Não! Claro que não!
Apesar da ótima seleção de fotos e da ousadia da coelhinha na hora de encarnar os momentos, o ensaio é frio e até mesmo sem graça em alguns momentos. A restrição orçamentária fez com que todos os esforços da equipe fossem eclipsados pela rigidez do estúdio vazio, e pelo branco e cinza dominantes. Eu até consigo ver uma lógica na definição de tudo e, acho, que foi uma escolha muito boa, uma vez que não tinha dinheiro para recriar cenários e produções. Mas, não tem jeito, aquele vazio todo não empolga.
O ponto alto do ensaio é o cuidado de trazer, precisamente, alguns elementos que caracterizam a estrela do ensaio original, como cabelo e maquiagem que mudam a cada imagem e alguns poucos acessórios que são acrescentados em alguns momentos. Além, claro, da fidelidade da representação da pose original.
Acredito que, dentro das possibilidades da revista, foi feito o melhor. E, sim, ainda prefiro um ensaio como este, que ousa em construir uma linguagem diferente, construir uma estética mais fashionista e menos peladona gratuita no estúdio, como a concorrente já fez muito.
Continuo apostando nessa nova fase da revista, mas torço para que os ventos melhorem por lá e possamos ter ensaios melhores ano que vem.