Cortei o pé, gente. Me gonguem! A VIP, na palavra de seu diretor de redação Ricardo Lombardi, adora comemorações. Nós leitores também apreciamos muito. Especialmente quando aparecem em momentos inesperados, longe de natais, aniversários, listas, lançamentos de coleções ou acontecimentos históricos. Atingir a edição 300ª (trecentésima, sei tudo sobre ordinários) é motivo de muita honra para qualquer publicação e comemorar com um exemplar acima da média é o que todos esperam.
A VIP chegou lá, trouxe a unânime Ana Hickmann, caprichou na retrospectiva, incrementou seu "Preliminares", produziu bons ensaios, trouxe moda de muito conteúdo e não esqueceu de guias e listas. A retrospectiva, por sinal, é uma arma infalível para conquistar o leitor fiel. Mesmo que ele tenha todas as edições em uma(s) prateleira(s), sempre vai adorar rever momentos marcantes, admirá-los e, claro, questioná-los. O layout da revista não mudou muito. Não que precise, mas as mudanças são bem-vindas ainda mais em momentos, de novo, especiais.
Vale a pena ver de novo. O que foi? Também curto clichê, tá? Tratando especificamente dos ensaios e das matérias idenfico, sem querer interromper a festa, alguns problemas. Classificaria a edição 300 de VIP como de autoajuda e fetichista. Funciona bem, mas esperava-se mais. Todas as matérias procuram ditar o comportamento do homem contemporâneo. "Como ficar rico na internet", "Como se dar bem na balada," "Como fotografar sua gata" e até mesmo "Como ser um homem mais completo". Faltou reportagem, assunto, pesquisa e novidade.
Todos os ensaios são fetichistas. O interno traz Nicole Bahls, do Pânico, lavando um carro para os leitores. Fetiche puro e com a intenção mais explícita que o "interno" deve ter. Funciona. Além disso, as próprias fotos com a Jhenny fazendo o papel da namorada fotografada também expressam desejos dos leitores. Nesses dois momentos, nada de errado, apenas curioso detalhe.
Nicole, brincando com a mangueira antes de Tessália O ensaio da Ana Hickmann é lindo, ela fotografa muito bem e a ideia de executar o trabalho na casa da apresentadora é muito boa. No entanto, a equipe teve receio de errar e partiu para o lugar-comum do fetiche. Tudo preto, salto alto, corsets, vinil, caras, bocas, cabelo desgrenhado, luvas e couro. Correto, mas faltou uma ousadia, um tema, uma produção marcante e especial. Fazendo um paralelo totalmente dispensável, mas igualmente irresistível, Ana deveria ter vindo menos Heidi Klum e mais Charlize Theron.
Ana Hickmann em casa. E dessa vez não é a Caras Agora, queremos nova etapa, com tom de especial todo mês, sem medos. Parabéns a todos da VIP por alcançar tal marco. Muita festa sempre a todos daí, da redação, e de cá, dos leitores.
PS: Nessa edição eles afirmam que esta é a segunda capa de Ana Hickmann, mas ela também apareceu em maio de 98, como uma das modelos do Duran. Alguém aí tem interesse em recordar essas fotos 12 anos depois?
Esqueceram de mim