terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O tal mercado editorial gay

Pois é, taí um tema complexo de discutir. Uma revista voltada para homens gays é considerada masculina? Ou se encaixa apenas no quesito GLS? Bom, não é minha missão definir isso, mas preciso explicar que trato revistas voltadas para homens gays como revistas masculinas, uma vez que revistas voltadas para mulheres gays seria uma revista feminina. Então, voltando ao post: O tal mercado editorial gay!

Meninos comportados

Bom, tivemos há algum tempo um boom de revistas masculinas. Deixando o 'falus erectus' de lado, e fazendo uma publicação mais refinada e que atrái anunciantes, a DOM, a JUNIOR e a AIMÉ chegaram e fizeram algum barulho. AIMÉ e DOM com famosos na capa, e JUNIOR com uma proposta mais jovem e assumida. A AIMÉ nunca disse a que veio, e é pouquíssimo comentada, nunca a vi na banca para ser bem sincero.

o dilema do 'falus erectus' e poucos anúncios

Mas aí veio a notícia que deixou o mercado balançado, a Editora Peixes declarou o fim da DOM, que deve passar a site e junto disso, veio uma declaração um tanto presunçosa de André Fisher, coordenador/dono do Portal Mix Brasil, que também coordena a JUNIOR. Em seu blog, ele disse o seguinte:
A Dom era bastante profissional, mas se levava a sério demais, ao acreditar na existência da fina que compra carrões, tem vergonha de ver homem sem camisa e que não fala bobagem - a edição que está na banca chega ao ponto de recomendar, em matéria sobre etiqueta na cama, que não se deve falar palavrão ao fazer sexo!!!

O departamento comercial da Peixes fazia questão de dizer no mercado que a Junior era para teens e a Dom para maduros. Só que pesquisa realizada na UFMG, que será divulgada mês que vem, mostra que o leitor da Junior é mais velho (na média, 33 x 26 anos) e mais abastado que o da Dom.

Eu tenho uma teoria... A Junior é uma revista mais assumida, para quem é melhor resolvido (pelos temas e linguagem) e bem informado – ao contrário da Dom, Aimé e G, a Junior não tem noticiário, pois contamos que quem a lê acessa internet e já teve acesso àquelas notícias de um mês atrás. E ser rasgadamente jovem não é algo que, de forma alguma, exclua homens gays mais velhos. Pelo contrário.
Não posso mentir, nunca comprei qualquer dessas revistas, mas acompanho de longe, vejo notícias e não sei se concordo com o André.

Ok, a DOM é sim mais presunçosa, mais 'requintada', mas é inegável que a JUNIOR tem um hype não muito verdadeiro. Ela vive de uma imagem moderna, alternativa, colocada e bla bla bla, que é típica da House of Palomino, que hoje a edita. E meus amigos que compram as revistas, fazem coro ao dizer que a revista do André é extremamente fútil, boba e bem leve quando comparada com a DOM, que sim, acredita que o mundo é feito de ricos...

Achismos a parte, concordo muito com um comentário que foi publicado no blog do André. Um dos leitores disse que as revistas gays fecham pelo seguinte fato: Os gays não querem revistas segmentadas, não querem nada escrito especialmente para eles. Querem ser incluídos no mundo, querem fazer parte do todo. Segregação já não faz o menor sentido. E por isso, não vende!

Agora que a JUNIOR não tem mais concorrentes, o Portal Mix Brasil não precisará boicotar os lançamentos e festas promovidos pela concorrente. É, de verdade, uma pena essa perda, mesmo acreditando em um mercado mais genérico, era muito importante ter revistas de qualidade marcando espaço para o público gay, que consome e produz muitíssimo.

Deixando o papo cabeça de lado, quero mostrar o editorial que a JUNIOR publicou mês passado. E sim, se comparado com o do Álvoro Jacomossi, este está anos luz na frente no quesito criatividade, e anos luz mais óbvio no quesito homemgostosocommalamarcadanacuecacalvinkleinbranca.

mais assumida e lugar comum...

4 comentários:

PedroMathias disse...

. no fundo, no fundo, sempre achei que a combinação DOM e Junior eram melhor do que ler uma ou outra.

sim. a Junior é mais fútil e a DOM é mais séria e comportada.
[a AIMÉ nunca vi]
mas nas duas faltam criatividade para editoriais! tudo mais do mesmo, tudo sempre a mesma coisa...

e a DOM vai acabar/acabou mesmo?
a editora confirmou e tals?

é uma perda para o mercado editorial de revistas masculinas.
[pq antes de tudo, qquer gay é homem!]

Thiago Alcântara disse...

Olá!

Não concordo muito com essa história de não segmentar. Na minha opinião, nós gays temos a nossa identidade, músicas, filmes e tendências comportamentais. Daí a necessidade e a identificação com determinadas cantoras, boates e, porque não, revistas. Qualquer grupo tem isso, daí o sucesso de revistas segmentadas para adolescentes, mulheres e afins.

O esquema é que essas revistas não representam os gays. Tudo fica muito preso ao mundo paulista, a glam noturno (tenho horror de House of Palomino) e a repetição (concordo com vocês nesse ponto).

É uma pena que o maior site gay do Brasil faça um editorial onde o máximo que eu consigo ver é um tanto de barriga sarada. Não tem fetiche, não tem direção de arte, não tem nem luz nesse coito interrompido.

Um bjo:

T.

GnER disse...

Eu como assinante da Junior e DOM tenho q dizer q sim "elas são difenrentes" a DOm realmente é mais "seria" e a Junior tem um tom mais de brincadeira, mais fútil por assim dizer, mas como assim isso é ruim? Não.

Quem quer diversão tem sua opção, quem quer algo mais serio tb tem opção.

Sobre a Aíme comprei a edição nº 1 e o texto parecia q tinha sido copiado de sites da internet sem nenhum jornalista por perto p revisar, é sofrível e nunca mais comprei, porq aí tb já é demais.

Ainda torço p DOM n sair d vez do mercado e achar outra editora que a compre.

Unknown disse...

Adorei: souberam falar com clareza sobre as revistas que nós, gay, gostamos e aprovamos. È claro que cada uma é para um determinado grupo no meio homossexual, pois existem aqueles que só se sentem satisfeitos em obter uma revista erotizada, com o modelo da capa totalmente com seu brinquedinho ereto e eu acho que não é preciso isso para se vender revista, para atrair nossos olhares. Gostamos de coisas boas, de entrevistas que nos traga conteudo, de nos deliciar com homens bonitos sem precisar apelação.

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