sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vem, todo mundo!

A Trip 204 aborda o tema Diversidade Sexual, mas bem que poderia ser sobre Coragem. A Trip foi muito macha ao mandar para as bancas uma edição inteirinha dedicada às mais diversas formas de amor, com direito a beijo gay na capa e tudo. Um soco no estômago de bolsonaros que assolam um Brasil de preconceitos mil.

A revista fez jus à temática e mostrou de um tudo: surfistas gays, ursos de diferentes espécimes (cub bear, polar bear, muscle bear, standard bear), um gordinho nerd declaradamente apaixonado por travestis (o T-Lover), um homem com vagina... Pára tudo! Um homem com VA-GI-NA?! De todas as pessoas (e não foram poucas) que filaram minha Trip, não teve quem não parasse na página onde Buck Angel, o tal homem (na verdade é uma mulher) com vagina, exibe com orgulho sua vigorosa... vagina.

Ninguém saiu ileso da matéria “Até Quando?” com fotomontagens perturbadoras, feitas pelo craque Fujocka, de histórias reais de agressões sofridas por gays ou pessoas que pareciam ser gays. Sim, heteros, gays apanham e são mortos pelo simples fato de serem gays. Também se destacaram nessa edição o bate-papo sincero entre os jornalistas, e homossexuais assumidos, Milly Lacombe (@millylacombe) e Vitor Ângelo (@vitorangelo), a entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris, as Negras com o sui generis Zé Celso e o tradicionalíssimo Show It cedendo lugar na areia para a beleza masculina passar. Só senti falta das páginas de moda que teriam nesse número liberdade maior para causar.

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Deveras diversa

A AMOREBA É UM BARATO
O ensaio sensual do mês não conta com a presença de uma típica Trip Girl. Quem tira a roupa para a Trip é a turma animada da Amoreba, a “Ameba do Amor”. Se faltou sensualidade de um lado, sobrou história para contar do outro. O que a primeira vista pode parecer uma grande sacanagem, no final, mesmo com xoxotas e paus aparentes, não tem nenhuma maldade. São apenas pessoas curtindo o amor livre de rótulos e preconceitos. As fotos de Fernanda Rappa transmitem com naturalidade esse respeitoso ninguém é de ninguém.

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Ops, acho que vi um pintinho!

A Trip 204 não polemiza, não levanta bandeiras. Ela apenas cumpre seu papel de informar e coloca na roda, de forma bem honesta, uma discussão que teima em ser tabu. Sem dúvida, uma das edições mais relevantes do mercado editorial brasileiro, um marco na história da Trip. Um viva ao amor!

Fotos: Reprodução Trip
+ fotos na revista impressa

16 comentários:

Alípio disse...

Uma edição muita boa de se ler, sem dúvidas. Trip tratou bem o assunto.

Não fosse tradição ter edições temáticas, eu diria que exageram em fazer uma revista para o público hétero totalmente fora do padrão, mas é a Trip.

Única coisa que eu não gostei é o ensaio da turma surubinha. Sei lá, achei tão fake. Um monte de natureba que quer curtir o amor livre. Mas são todos branquinhos, magrinhos, bonitinhos. Quem tá fora do padrão não entra no clubinho da sacanagem não?
Achei uma merda.

Fora isso, boa revista, como sempre.

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Trip Girl de 60 anos, Trip Girls and Boys, daqui a pouco uma Trip Girl grávida.
To com uma saudade do feijão com arroz. Mata a fome e sacia.

Fernando Vasconcelos disse...

A Revista do Ano? Tem meu voto.

Marcelo SGB disse...

já teve uma trip girl grávida.

We Love Terry disse...

A Revista do Ano? Tem meu voto. (2)

Ana disse...

Fiz questão de comprar essa edição, está incrível! Tbém tem meu voto como revista do ano.

Alípio disse...

Revista do ano? Sei lá, exagero.

Patrick Cassimiro disse...

Tive que ver os vídeos do Buck angel depois de ler. lokera aquilo. rs

Fernando Vasconcelos disse...

Diz uma, Alípio....

Alípio disse...

Fernando, pq essa revista Trip é melhor do que as outras edições deles de 2011?

Tb fizeram um boa abordagem sobre a questão da maconha, só pra citar um exemplo.

Pra mim, a Trip escolhe seus temas e os trabalha bem. Eleger essa em especial como a melhor, é somente para puxar a sardinha para o tema.

Fernando Vasconcelos disse...

Melhor revista do ano pelo conjunto da obra, então. TRIP é o melhor projeto editoria de revista impressa no Brasil, naõ tem quem chegue perto. Eu compro todo mês. A edição anterior, Educação, também merece ser melhor do ano, mas essa é mais. Mas não enrola: QUAL é a tua revista do ano, então? A SEXY da Nakamura ? kkkk

Alípio disse...

Sei lá qual é a melhor revista do ano. Sei que, pra mim (óbvio) essa não é nem a melhor Trip do ano.

O tema foi muito bem abordado, como é praxe. Mas o ensaio eu detestei. Só nisso, já perde o posto.

O que não muda o fato de ter sido uma edição de respeito.

Levantaram a bandeira só pq tem homosexualismo inserido fortemente na edição. Militância?

E nem é o tema mais relevante tratado por eles em 2011. Vc mesmo disse, discutiram educação esse ano. Tratar a diversidade sexual é importantíssimo. Mas educação é muito mais. Até pq, é através dela, que se conquistará o respeito as diferenças de sexualidade.

Alípio disse...

Aliás, se for para escolher uma revista do ano, eu escolho sim. A melhor revista que eu li esse ano, foi o recente especial da Scientif American Brasil sobre o Xingu.

Ah, mas essa não é comentada aqui, né....?

Fernando Vasconcelos disse...

Meudeus, como Alipio é culto e informado! kkkkk Scientif American Brasil? Quem foi a moça da capa? Vende ali na banca do Seu Reginaldo?

Fernando Vasconcelos disse...

Essa TRIP é a revista do ano justamente por não levantar nenhuma bandeira homossexual muito menos fazer militância. Acho que é uma rara vez que revista brasileira tratou de diversidade sexual humana, sem festejar estereótipos nem rótulos consumistas nem superficialidades, mostrando gay, lésbica, travesti, como GENTE, o que todos somos. Ponto para a TRIP, sempre.

Alípio disse...

Perguntei se a militância era sua, não deles. E sim, ponto para a trip.

E qual o problema de ler a Sciam? Comecei a ler na faculdade. Fora que eu sou biólogo, tenho interesse por ciência (até pq se não tivesse, teria escolhido a profissão errada). A edição que mencionei é ótima, pq traz à tona um pedaço do Brasil que gente como vc, caga e anda. Desnecessária a sua ignorância.

Alípio disse...

E outra meu caro, vc fez a pergunta "Revista do ano?". Eu respondi, "não, acho exagero".

Pra que faz a pergunta se não gosta da resposta?

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