terça-feira, 12 de abril de 2011

Conversa Séria

A gente já postou a loirinha, a gordinha, o feioso, a transex. Quem lê o dasBancas sabe que a gente apóia a diversidade, seja ela de idéias, religiosa, política ou sexual. Por isso, aqui sempre teve espaço para todo mundo dizer o que pensa e concordar ou divergir sobre tudo – até por isso, somos seis pessoas escrevendo este blog.

Mas, acima de tudo, o dasBancas apóia o respeito e a tolerância. E não pode ficar calado quando um gay, lésbica ou transgênero é morto a cada dois dias, num país onde os crimes deste tipo crescem 31%, pelo menos entre 2009 e 2010, como aponta o Grupo Gay da Bahia (GGB). Ah, e no mundo, não existe lugar onde se assassine mais homossexuais do que no Brasil.

E a impunidade só cresce. Sem leis que criminalizem a homofobia, as agressões passam em branco e fazendeiros e filhinhos de papai permanecem sem arcar com as conseqüências, enquanto lâmpadas são arremessadas a esmo, enquanto a felicidade é incompreendida por pura ignorância e poucos se mexem para reverter esta situação.
O texto a seguir foi extraído do blog Projeto Sou Gay.. Decidimos publicá-lo aqui também porque acreditamos que todos somos iguais. Temos direito de amar, dividir e viver. Viver sem medo, sem precisar de esconderijos e mentiras.

O @dasBancas sempre prezou pelo respeito a todos e agora não seria diferente.

gay

Sejamos Gays. Juntos.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo YouTube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

1 Comentário:

Ricardo B. disse...

..

Em momentos como esses que, infelizmente, estamos passando, iniciativas como essa são sempre bem-vindas.

No último sábado, o time de vôlei de minha cidade, Araçatuba/SP, (ótimo time, por sinal) também deu um show contra o preconceito, depois que um jogador foi vítima de homofobia da torcida adversária no jogo anterior. Mais detalhes no link:
http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=274813

Estou comentando sobre o episódio pois é bacana e oportuno o momento.


#EUSOUGAY

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